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O que é Esquizofrenia?
28/01/2020




Hoje vamos falar sobre esse transtorno que atinge em torno de quatro milhões de brasileiros e cerca de 1% da população mundial e que, mesmo assim, ainda hoje é visto com muito preconceito. Até o final do século XIX, visto simplesmente como loucura, cientistas buscaram a definição para esse transtorno psiquiátrico que acaba por ser autoexplicativo pelo próprio nome. Vindo do grego, esquizo significa dividir e frenia é algo em torno da mente. Ou seja, mente dividida, pois o paciente portador desse transtorno demonstra surtos de delírios e alucinações, perdendo a noção do que é realidade ou não.

A esquizofrenia pode se manifestar dos 15 aos 35 anos de idade, porém, estudos tentando buscar sua origem são, de certa maneira, inconclusivos. Acontece que genética e ambiente são aspectos contribuintes para o transtorno, contudo, não são decisivos. É amplamente aceita a ideia de que ela seja hereditária, entretanto, apesar dessa relevância e o fato de muitos portadores da esquizofrenia levarem a essa conclusão por a mesma estar presente em outros membros da família, existem muitos outros que carregam o transtorno sem um histórico familiar, ou mesmo alguns que apesar de ser algo presente em suas famílias o que, de certa forma, faria com que fossem grandes candidatos a carregar esse transtorno, estão livres desse diagnóstico.

Outro fator que pode estimular o desenvolvimento da esquizofrenia é o ambiental. Isso se aplica a algumas questões, como complicações da gravidez e do parto, infecções e outras doenças que possam ter alterado o desenvolvimento do sistema nervoso no período de gestação. De qualquer maneira, é sempre bom ficar atento aos sintomas, que podem aparecer de maneira súbita, assim como podem ir se manifestando gradativamente ao longo de semanas, meses ou anos. Os sinais podem ser identificados por dificuldades no aprendizado desde a infância, apatia, pouca vontade de trabalhar, estudar ou interagir com os outros, não reagir diante de situações felizes ou tristes, vozes que surgem na cabeça e outras alterações nos órgãos dos sentidos e mania de perseguição inexplicável.

Assim como a depressão e muitos outros transtornos mentais, a falta de informação é a maior inimiga no diagnostico da esquizofrenia. Ter conhecimento de quais são os sintomas e da seriedade da situação ajudam a identificá-la precocemente. Não existe cura, mas existe tratamento, que quando iniciado logo na identificação dos primeiros sintomas, pode trazer resultados mais eficientes em longo prazo.

Falando em tratamento, ele pode ser ministrado de maneiras diferentes, de acordo com a intensidade do transtorno e outros fatores. Com pílulas, injeções ou mesmo em casos mais complicados, os choques elétricos esse tratamento varia a acuidade de seus resultados dependendo muito da situação do indivíduo transtornado. Esse transtorno psiquiátrico vem sendo estudado há muitos anos e desde a década de 1970, existem os remédios para o tratamento da paranoia. Remédios fortes e com efeitos colaterais intensos. Esses remédios evoluíram muito ao longo dos anos e hoje temos a segunda geração de medicamentos para esquizofrenia, menos nocivos. O ideal sempre é iniciar o tratamento com esses remédios, sendo que, caso o mesmo seja ineficaz, deve-se partir para os da primeira geração e, caso nem esses funcionem, vem a clozapina – primeiro e mais eficiente remédio no tratamento de esquizofrenia, porém, com fortes efeitos colaterais.

Atualmente existem injeções que, dependendo do fabricante e do tipo, podem fazer com que os efeitos durem até um mês. Há até um protótipo em teste que pode fazer o efeito durar seis meses. Essas injeções com efeito de longo prazo podem facilitar o tratamento, pois além de reduzir a taxa de desistência do mesmo, estudos apontam que tratamento por injeção tem 33% menos risco de morte do que por pílulas. E, quando nem pílula e nem injeção funcionam, existe a eletroconvulsoterapia, que envolve a aplicação de correntes elétricas em determinadas regiões da cabeça. Diferentemente do que é mostrado nos filmes, esse tratamento, atualmente, é pouco agressivo, sendo que as correntes elétricas são aplicadas em áreas especificas do crânio, fazendo com que a possibilidade de traumas seja bem menor.

Outro elemento fundamental no tratamento da esquizofrenia é o contato periódico com um psicólogo. Esse profissional se faz muito importante para ajudar a entender as emoções, ponderar os pensamentos e, principalmente, identificar os gatilhos que podem desencadear os surtos.

A sociedade hoje ainda carrega muito preconceito, não por transtornos mentais em si, mas por tudo que é diferente. A incapacidade de compreender ou mesmo aceitar algo que é diferente daquilo que você é ou acredita é um fator que infelizmente ainda é muito presente na nossa sociedade. E isso pode dificultar o tratamento de alguém com qualquer transtorno mental. Por outro lado, a identificação precoce ou mesmo o tratamento bem controlado, junto com o apoio dos familiares são fatores que podem ser fundamentais para colocar o indivíduo de volta nessa sociedade, tendo uma vida praticamente normal.

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